sábado, 21 de janeiro de 2012

A dor da solidão.




A dor da solidão.

A solidão é inquilina tão antiga, 
que no costume de vê-la por perto, 
parece que não estou só.
O silêncio, hospedeiro de minhalma, 
anda querendo falar:
Testemunha oculta nas batalhas que travo aqui,
dentro de mim, todos os dias.
Anda querendo contar quantas vezes morro. 
E, morro tantas vezes e renasço, 
que começo a achar que sou eterna.
Começo a pensar que inferno e céu moram dentro da gente; 
e que inferno não é necessariamente um lugar quente, 
porque sinto minha alma tão fria!
Esses momentos de céu são tão poucos, 
que aos poucos, aprendo a viver no escuro, 
tateando lembranças, alimentando minha saudade.
Ando, faz tempo, falando comigo mesma, 
e quando respondo, não ouço...
No calabouço da solidão minha voz não se faz ouvir.
Sigo nas lutas que amealho, e não há atalho para a vitória.
A luta inglória parece escrever o meu destino.
Qualquer hora dessas lanço mão dessa espada, 
e numa só cravada, abro mão da minha história.
                      
                                                         (Arlete de Andrade)









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